Fui vacinado contra Covid-19, e agora? Conheça riscos e cuidados após a imunização
Por Marco Faustino
20 de abril de 2021.
A vacinação contra Covid-19 no Brasil caminha a passos lentos em meio ao veloz ritmo de mortes causadas pela doença no país. Desde que foi iniciada a campanha de imunização, em janeiro deste ano, apenas 26 milhões de pessoas receberam a primeira dose, o que corresponde a cerca de 16,6% da população acima de 18 anos. Na segunda dose, a situação é ainda mais crítica: 10,1 milhões ou 6,3% dos aptos a serem vacinados. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa.
.A demora tem suscitado dúvidas entre os que já foram vacinados e não sabem ao certo se a imunidade está de fato garantida em um momento de escalada nos casos e mortes pela Covid-19 no país.
Quem já teve Covid-19 precisa tomar vacina?
Sim. Embora as pessoas que já foram infectadas desenvolvam anticorpos contra o novo coronavírus, a duração dessa proteção ainda é desconhecida pela ciência. Mas já se sabe que há possibilidade de reinfecção. Além disso, o surgimento de novas variantes do vírus reforçam a importância da imunização.
Quem acabou de ter Covid-19 precisa esperar apenas alguns dias para ser vacinado. A SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) recomenda que o imunizante só seja aplicado quatro semanas após o surgimento dos primeiros sintomas. Quem foi infectado mas ficou assintomático deve contar o mesmo período a partir do primeiro resultado positivo no teste RT-PCR. Já aqueles que foram internados devem aguardar a recuperação completa antes de se vacinar.
Ainda preciso manter as medidas de proteção mesmo depois de tomar a vacina?
Sim. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há estudos até o momento que justifiquem baixar a guarda após a vacinação, e a recomendação é manter as medidas de proteção, incluindo uso de máscaras faciais, higienização frequente das mãos e distanciamento social. Isso porque ainda não há informações suficientes para determinar se uma pessoa vacinada ainda pode contrair o vírus e transmiti-lo para não imunizados.
Cientistas afirmam que somente após a ampla vacinação da população será possível retomar as atividades presenciais normalmente. Ainda que não haja um consenso, estima-se que os efeitos da proteção coletiva só serão mais perceptíveis quando uma parcela de 40% a 50% da população total do país receber as duas doses recomendadas pelos fabricantes.
As vacinas atuais vão me proteger contra as novas variantes?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que todos os imunizantes, em uso ou em desenvolvimento, apresentam algum grau de proteção contra as variantes do Sars-Cov-2 que já circulam no mundo, mas que provavelmente terão que passar por atualizações conforme o vírus vá sofrendo mutações.
Os fabricantes das três vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil (CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer) já divulgaram resultados de testes apontando que elas oferecem proteção contra as variantes do Reino Unido, da África do Sul e a surgida em Manaus - sem detalhar, no entanto, a taxa de eficácia da imunização. Cientistas apontam que os níveis de imunidade contra as variantes, que ainda não puderam ser amplamente pesquisados, são menores do que aqueles garantidos e já calculados em estudos clínicos usando a cepa original do novo coronavírus.
Posso tomar a vacina contra a gripe logo depois da de Covid-19?
Não. O Ministério da Saúde recomenda que haja, no mínimo, um intervalo de 14 dias entre a vacina contra a Covid-19 e qualquer outra imunização. Em situações de urgência, como a administração de soros antiofídicos ou vacina antirrábica para prevenção pós-exposição, esse intervalo poderá ser desconsiderado.
Fonte: Aosfatos.org